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Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste
A L C A R T E S

Fundada em 15 de setembro de 1987
CADEIRA 47
FILINTO MULLER

Nasceu em Cuiabá a 11 de julho de 1900. Foi Militar- General da Reserva do Exército e Político – Senador da República. Foi funcionário da Gazeta Oficial. Seguiu para o Rio de Janeiro e se matriculou na Escola Militar do Realengo como aspirante a segundo tenente de Artilharia, servindo no 1º Regimento de Artilharia Montada. Permaneceu na Vila Militar até 5 de julho quando foi preso e mantido incomunicável por vários meses por estar comprometido no movimento revolucionário que iniciou o ciclo da chamada Revolução Tenentista. Após 5 meses de prisão, foi mandado servir em Campo Grande-MS, onde permaneceu durante um ano. Em 1924, servindo no Regimento de Artilharia Pesada, de Aquidauana, tomou parte no segundo 5 de Julho, com Estilac Leal, Eduardo Gomes, Nelson Melo, Juarez Távora e outros oficiais, sob o comando supremo do General Izidoro Dias Lopes. Foi designado pelo Gal. Izidoro chefe do Estado Maior da Divisão encarregada de conquistar Guarapuava. Tomou parte em todos os combates havidos em alto sertão paranaense e na épica resistência a Catanduva. Foi designado para comandar uma companhia de infantaria montada, para resistir em posição montanhosa, no picadão da linha telegráfica até que efetuasse o escoamento das tropas que se retiraram do Rio Grande do Sul sob o comando de Luís Carlos Prestes.
Foi desligado posteriormente pelo Gal. Izidoro dos compromissos revolucionários, afim de que pudesse lutar pela vida até que as condições políticas lhe permitissem regressar ao Brasil. Exilou-se em Buenos Aires-República Argentina. Ali procurou obter colocação que lhe assegurasse o sustento, mas dada a dificuldade decorrente do pouco conhecimento do idioma, viu-se obrigado a exercer pesados misteres. Foi assim que trabalhou como lavador de automóvel enquanto se preparava para fazer exame de motorista profissional. Obtida a carteira trabalhou um ano como motorista de praça.
Regressando ao Brasil foi preso e recolhido à Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para cumprir pena de 5 anos. Mais tarde foi reduzida para 2 anos pelo Supremo Tribunal Federal.
Aberta a luta política de 1930, trabalhou na preparação do movimento armado que levou Getúlio Vargas ao poder. Na manhã de 24 de outubro de 1930, seguiu para o Campo dos Afonsos e tomou parte no levante da Escola de Aviação.
Vitoriosa a revolução, serviu como adjunto no gabinete do Ministro da Guerra, General Leite de Castro. Foi Secretário Geral do Estado de São Paulo durante a Intervenção do Tenente João Alberto. Em 1932, foi posto à disposição do então Capitão João Alberto que exercia as funções de Chefe de Polícia do Distrito Federal, tendo ainda, no mesmo ano, assumido a Direção da Guarda Civil. Posteriormente, foi nomeado Delegado da Ordem Política e Social, tendo sido, 4 meses depois, nomeado Chefe de Polícia do Distrito Federal, cargo que exerceu até 2 de julho de 1942, precisamente 10 anos. Neste cargo, prestou relevantes serviços ao seu estado natal, principalmente à mocidade mato-grossense, que amparou sem distinção de cor nem política. Bastaria esse gesto do Sr. Filinto Müller para lhe fazer credor da gratidão dos seus conterrâneos.
Foi presidente do Conselho Nacional do Trabalho e em 1947 eleito Senador da República por Mato Grosso. Foi chefe político de grande prestígio no Estado. Foi Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Foi agraciado com as medalhas de bronze por bons serviços ao Exército Brasileiro; pelo Cinquentenário da República; o grau de Oficial da Ordem Nacional do Mérito da República do Paraguai e Comendador da Ordem Militar de Aviz, em Portugal.
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